Joel Rodrigues/ Agência Brasília
A umidade relativa do ar em grande parte do Brasil poderá chegar a níveis dos desertos do Saara, no norte da África, e do Atacama, na América do Sul, segundo o MetSul Metereologia. A secura é devido a uma massa de ar seco que se espalha pelo país e deve se intensificar nos próximos dias, fazendo com que a umidade relativa do ar fique abaixo dos 15% em diferentes cidades, sobretudo do centro do país.
O MetSul destaca que os estados do Centro-Oeste serão mais afetados, em especial Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde o ar seco deve dominar de maneira mais significativa.
“O tempo muito seco aumenta o risco de fogo em vegetação e a possibilidade de fogo será muito alta no Centro e no Norte do Brasil, onde já vem se registrando um elevado número de queimadas. Em muitas áreas, a secura vai se somar à fumaça com condições muito ruins para o trato respiratório”, diz o MetSul.
O instituto alerta que “este período de tempo seco a muito seco no centro do Brasil não será breve”. “A MetSul projeta uma muito longa sequência de dias de tempo muito seco em estados do Sudeste e do Centro-Oeste assim como em parte do Norte do país, o que vai ser agravado por calor intenso a extremo.”
O calor só não chegará no extremo Norte do Brasil (pela instabilidade na faixa equatorial), no litoral do Nordeste (sobretudo na Bahia, por um sistema frontal na costa), e no Rio Grande do Sul (que terá aumento de nuvens e chance de instabilidade isolada).
O instituto projeta uma longa sequência de dias com clima seco, que pode ser agravado com o calor intenso. Na quarta-feira (26), o Inmet (Instituto Nacional de Metereologia) emitiu dois alertas: um de perigo e outro de perigo potencial para a baixa umidade em pelo menos 16 estados.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o índice ideal de umidade do ar é de 60%. Quando a taxa fica abaixo dos 30%, o quadro é considerado preocupante.
Para evitar riscos à saúde, o Inmet recomenda:
Com o tempo seco, o risco de fogo em florestas é maior, principalmente nos locais que já vêm registrando um número alto de queimadas. Na segunda-feira (26), o céu de Brasília amanheceu coberto por uma fumaça, que segundo a meteorologista do Inmet Andrea Ramos foi em decorrência de queimadas em outros estados.
“Esses poluentes estão vindo de outras regiões, como das queimadas em São Paulo, no sul de Goiás e no Triângulo Mineiro. Como estamos com uma massa de ar quente e seca na atmosfera, essas partículas ficam presas. A chuva poderia mudar esse cenário, mas como estamos sem previsão de chuva, dependemos da mudança da direção do vento”, informou.
*Sob supervisão de Augusto Fernandes